Aos leitores...
Escrever aos leitores é uma obra arriscada. Como um telefonema aleatório, podemos encontrar qualquer pessoa no extremo oposto. Obra inaudita, à qual muitos acham comum e jogam fora um dos mais belos canais de comunicação humana, a escrita. Isso porque a oratória permite que o receptor faça pré-julgamentos das palavras envoltas por emoções tendenciosas, que nem sempre transmitem o verdadeiro sentimento contido na expressão das palavras. Nesta ótica a escrita possui a vantagem de não bloquear o receptor pelas emoções e entonações transmitidas pela oralidade. Então neste texto você inicialmente deverá interpretar todas as palavras e somente ao final poderá ter uma idéia conclusiva sobre que informação este texto traz, independente das emoções que o autor esteja passando no momento. Assim podemos depreender que sob determinado aspecto, o escritor é uma espécie de ator, pois suas emoções não necessariamente são as mesmas que o texto expressa.
Portanto, caríssimo leitor, aqui você poderá encontrar aquilo que deseja. Talvez aquilo que não deseja, ou ainda aquilo que pode vir a desejar. O mundo das possibilidades deixa para você a opção de ter opinião definida acerca de tudo, mas cabe a você arcar com o ônus da inflexibilidade. Se você fosse cem por cento conservador, nem mesmo aqui, neste ponto do texto você teria chegado. Então, meus agradecimentos sinceros. Obrigado por emprestar-me seus olhos, neurônios e tudo o mais e despender tempo às minhas palavras.
A infinda busca de prazer humano na leitura faz com que os escritores busquem a história ideal, o personagem perfeito o cenário paradisíaco na qual desenvolve-se os fatos e então é envolvido o leitor. A cativante arte de entreter, a habilidade mestra de ensinar, sapiência para curar ou ainda apenas comunicar. Qualquer que seja a intenção, tudo o papel aceita. Até o momento ele não nos desprezou, cá estamos. Então aproveitemos este tempo, feitas essas considerações e vamos falar, quer dizer, escrever o que queremos.
Objetivando o leitor, elemento final da escrita, desejo que ele não seja enfraquecido pelo que podemos chamar de mesmismo dos textos já percorridos. Sempre o desconhecido é cativante, ainda que existam os amedrontados pelo desconhecido.
Assemelha-se isto a uma tese de mestrado? Certamente podemos daqui muitas delas iniciar. Subsídios não faltam. Considerações a avaliar.
Então, para você, de que te serviu este texto? Seja sincero.